Vilhenense relata rigidez de confinamento e dificuldade para brasileiros que tentam voltar da Bolívia
“Uma pessoa da família pode sair apenas uma vez por semana para comprar comida”

Publicado 06/04/2020
Atualizado 06/04/2020
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Foto: Reprodução/Whatsapp

Um vilhenense que mora na Bolívia relatou, pelo WhatsApp, as dificuldades que os brasileiros estão enfrentando para ficar e também para sair do país vizinho.

A entrevistada, que concluiu recentemente o curso de medicina em Santa Cruz de La Sierra revelou a rigidez do confinamento imposto pelo governo boloviano diante da pandemia de Covid-19: “uma pessoa da família pode sair apenas uma vez por semana para comprar comida. E só pode ficar na rua até o meio-dia. Não podemos ir sequer à praça do condomínio onde moramos”.

Outra vilhenense está buscando a repatriação, mas como ela fez uma cirurgia, ainda não teve como sair. Os brasileiros que estão saindo por Corumbá (MS), única fronteira liberada, relatam certa dificuldade. Há um pedido na embaixada para sair por San Matias, que dá entrada em Cáceres (MT), porém ainda não foi liberado”

A informante do site também reclamou da falta de apoio do consulado brasileiro na cidade boloviana. “Eles apenas mandaram os ônibus, mas os brasileiros terão que arcar com as passagens. E o preço, que era de 80 bolivianos, subiu para 170 bolivianos, a moeda local, por pessoa”.

Num grupo que reúne no WhatsApp estudantes brasileiros na Bolívia, uma estudante reclamou: “O Itamaraty está divulgando que os brasileiros repatriados foram de graça. Tudooo mentira!”.

Segundo a entrevistada, já saíram 18 ônibus da Bolívia com destino a Corumbá, no Mato Grosso do Sul, única fronteira reaberta para receber os brasileiros. Eles são desinfetados após o desembarque. Eis o relato de um dos que fizeram o trajeto de volta: “Chegamos 5 da manhã em Corumbá e saímos de lá 17:30 da tarde. Tem que passar por várias triagens e ficaram 8 pessoas lá com suspeita de Covid-19 positivo. O teste rápido deu positivo. Tiveram que ficar para fazer a contra prova”.

No mesmo grupo, foi publicado o vídeo de uma brasileira revoltada com a situação, junto com o desabafo de outro participante da comunidade virtual: “Saiu no jornal que o Brasil fez o repatriamento de graça pra gente! Aí entrou o cara pra tirar foto pro site do Ministério das Relações exteriores e essa moça falou tudo! Que não foi nada de graça não! Bando de safado...

Fonte: Folha do Sul